O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, defendeu nesta terça-feira o fim do protecionismo no Mercosul, garantindo que, se os demais parceiros do bloco não adotarem o posicionamento, o país que lidera irá partir sozinho.
"O que dizemos à Argentina, o que dizemos ao Brasil é: 'entendemos que às vezes vocês têm certo protecionismo', somos a quinta região mais protecionista do mundo, mas o Uruguai tem que romper com essa amarra", disse Lacalle Pou, durante evento realizado pelo jornal argentino "Clarín".
O presidente afirmou que o Uruguai precisa "se abrir para o mundo" e enviou um recado para os demais integrantes do bloco comunitário sul-americano.
"Se quiser acompanhar, acompanhe. Se não, com prazer, iremos sozinhos. Não vamos desrespeitar o Mercosul, ao qual pertencemos e cumprimos todas as normas", afirmou Lacalle Pou.
O presidente destacou que o país "foi muito respeitoso com o direito internacional", mas que entendem que as regras vigentes no Mercosul permitem "avançar na flexibilização".
Nos últimos anos, o Uruguai defendeu a modernização do bloco e, em setembro, chegou a anunciar uma negociação com a China para um futuro tratado de livre comércio (TLC).
O Mercosul tem postura de não permitir que os países-membros alinhem acordos fora do bloco.
"Não sou um apaixonado pelos TLC. Não acho que os TLC sejam uma panaceia", disse o presidente uruguaio.
Lacalle Pou afirmou que busca "conseguir cotas para produtos agropecuários", "estender as importações de software para os Estados Unidos", abrir "nichos no Reino Unido" e utilizar os acordos de complementação econômica da Associação Latino-Americana de Integração com o Peru para exportar arroz.
O presidente disse considerar que o "Uruguai precisa fazer as coisas para se beneficiar da globalização", que classificou como "uma grande benção" para o país. EFE